Instagram bloqueia visualização de curtidas.

O Instagram é uma das redes sociais mais usadas mundialmente, somando mais de 1 bilhão de usuários. Focado em imagens e vídeos, é a rede social escolhida para compartilhar estilo de vida, viagens, beleza e bem-estar.

Na última semana, o Instagram decidiu fazer um teste e retirar a visualização de quantas curtidas a foto recebeu. Segundo o comunicado oficial, esse teste é uma estratégia para diminuir a “competição” entre seus seguidores, além de fazer com que as pessoas foquem mais no conteúdo, e não esperar somente pelas curtidas.

A rede social afirma que essa foi a maneira que encontraram para evitar ou reduzir o prejuízo à saúde mental das pessoas ansiosas por likes, tentando incentivar as pessoas a contarem suas histórias, sem se preocupar quantas curtidas receberão.
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Posição do Instagram sobre o bloqueio da visualização de curtidas

A empresa relata estar feliz com os resultados iniciais do teste similar que foi feito no Canadá, mas afirma que ainda desejam compreender se essa alteração muda a experiência de usabilidade da rede social.

O teste gerou debate sobre se a alteração vai gerar impactos positivos na saúde mental dos usuários. O psiquiatra Jorge Jaber afirma que possivelmente possa trazer um certo equilíbrio no uso da plataforma. Ele destaca que essa alteração no Instagram é uma oportunidade para pensar e debater o impacto que as redes têm causado nos jovens. 

Especialistas frisam que as redes sociais não têm a capacidade de causar doenças mentais por si só, sendo que a maioria dos transtornos mentais são multifatoriais, ou seja, englobam fatores biológicos, genéticos e culturais. 

As redes sociais mostram uma realidade perfeita, que não existe. Em tempos em que se busca pela perfeição é grande, é necessário saber que ela não existe. 

Ainda existem muitas pessoas que, para receber muitas curtidas, fazem loucuras e, inclusive, investem em mudanças no corpo. Não é incomum, na busca pela perfeição, as pessoas investirem em anabolizantes, fazer pacotes em salões de beleza com serviço de maquiagem e cabelo diário, entre outros para aparecem bem na foto.

A grande preocupação é quando essas pessoas, com o intuito de receber muitas curtidas, chegam a se endividar para mostrar que tem recursos, comprando roupas de marcas famosas, calçados e acessórios, bem como veículos e outros. Existe até aquelas que fazem consórcio para silicone, a fim de aumentar os seios e glúteos, entre outras modificações no corpo.
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Tirar somente a visualização das curtidas não irá evitar os transtornos mentais, mas pode contribuir para diminuir os casos.

Essa mudança pode beneficiar principalmente os adolescentes e jovens, que muitas vezes se sentem mal por suas publicações não receberem tanta “atenção” do que as postagens de seus amigos. 
Mudança que não agradou todos os usuários

A medida não agradou a todos, os descontentes são vários, incluindo influenciadores digitais e até o próprio presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Os influenciadores não ficaram somente nas queixas, e começaram a pensar em formas diferentes para burlar este bloqueio, seja postando capturas de tela mostrando o número de curtidas ou comentando em suas próprias postagens. 

Os profissionais temem que o bloqueio das visualizações afete negativamente o engajamento, além de temer que os anunciantes desanimem de investir na divulgação mediante influenciadores digitais. 
As agências de publicidade e os influenciadores possuem esse “apego” aos números, pois é dessa forma que conseguem mais contratos, é dessa maneira que mostram aos clientes o quanto o trabalho deles é relevante, além de mostrar a dimensão do alcance de seu perfil.

Muitos alegam que o teste foi, na verdade, para incentivar os influenciadores a impulsionarem seu conteúdo de forma paga, serviço oferecido pelo próprio Instagram. O algoritmo de exibição de conteúdo da rede também leva em consideração o número de curtidas, deixando uma dúvida de como o fim da contabilização de curtidas influenciará na mudança desse algoritmo. 

Por: Andreia Silveira, colaboradora do site Consórcio.org.

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