Correr em Jejum: Sim ou Não?

Homem sênior fitness visto de costas correndo de manhã em trilha arborizada, com luz dourada transmitindo energia e bem-estar.
A prática de correr em jejum, conhecida como fasted running, divide opiniões entre atletas, treinadores e profissionais de saúde. Enquanto alguns defendem que o corpo, ao estar sem reservas imediatas de glicose, recorre mais rapidamente à queima de gordura como fonte de energia, outros alertam para possíveis riscos de queda de rendimento e hipoglicemia. A decisão de adotar ou não essa estratégia exige reflexão sobre objetivos, perfil físico e histórico de cada corredor.

Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que correr em jejum pode ser vantajoso para quem busca adaptação metabólica. Estudos apontam que treinos leves ou moderados, realizados antes da primeira refeição, estimulam o organismo a otimizar o uso das reservas de gordura. Para corredores experientes, essa prática pode melhorar a eficiência energética e favorecer o emagrecimento, desde que seja conduzida com supervisão e bom planejamento.

No entanto, os riscos não podem ser ignorados. Treinar em jejum aumenta a probabilidade de tontura, fadiga precoce e queda de performance, especialmente em treinos longos ou intensos. Para iniciantes, pessoas com problemas de glicemia ou que não estão adaptadas, essa escolha pode se transformar em um obstáculo à evolução e até comprometer a segurança durante a corrida. Além disso, o estresse fisiológico causado pela falta de carboidrato disponível pode gerar catabolismo muscular, o que vai na contramão dos objetivos de muitos corredores.

Portanto, a pergunta “Correr em jejum: sim ou não?” não comporta uma resposta universal. A decisão deve considerar a individualidade biológica, a intensidade do treino e o acompanhamento profissional. Para alguns, pode ser uma ferramenta estratégica; para outros, uma armadilha perigosa. Mais importante do que seguir tendências é entender o próprio corpo e adotar práticas que aliem segurança, desempenho e prazer na corrida.