"Foi uma resposta ao Aécio Neves", disse Carvalho sobre discurso.

Gilberto Carvalho, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, disse durante seu discurso de transição, nesta segunda-feira, 2, onde deixa o cargo e o entrega a seu sucessor Miguel Rossetto, que os governistas não são ladrões e que não devem levar desaforo para casa.

 "Não somos ladrões, não somos ladrões. Não vamos levar desaforo para casa. Nós temos dignidade, e é por isso que temos que levantar a cabeça", declarou com ênfase.

Em seu discurso o ex-ministro não citou diretamente o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que disse ter perdido a eleição para uma "organização criminosa", Gilberto Carvalho afirmou, sob aplausos da plateia, que, para "eles" [a oposição], os pobres são uma "quadrilha". "Com muito orgulho, eu quero dizer: eu pertenço a essa quadrilha", afirmou.


Ao longo do discurso de despedida, Gilberto Carvalho afirmou que não se pode ter medo em dizer que os governos do PT "mudaram a cara do país" e "inverteram prioridades". Ele costumava fazer essa declaração ao afirmar que nos últimos 12 anos o governo federal passou a dar prioridades às populações mais pobres. Carvalho ainda disse que será fiel à presidente Dilma "onde estiver".

Ele foi bastante aplaudido ao dizer que ao assumir o cargo fez oração para que o governo olhasse pelos mais pobres e não fosse "seduzido" pelo poder. Gilberto Carvalho encerrou sua fala ao dizer que sai da Secretaria-Geral com "esperança". Ele pediu para "quebrar o protocolo" e começou a cantar a música "O que é, o que é?", de Gonzaguinha. A plateia o acompanhou e o ovacionou após a música. A jornalistas, o ministro disse no fim do ano passado que passará a presidir o Conselho de Administração do Sesi a partir de fevereiro.

Mas após a cerimônia, Gilberto Carvalho conversou com jornalistas e disse que o fala sobre "ladrões" foi endereçada ao senador Aécio Neves, em razão de o candidato do PSDB derrotado à Presidência ter afirmado que havia perdido a eleição para uma "organização criminosa".

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"Foi uma resposta ao Aécio Neves, que disse que perdeu a eleição para uma quadrilha. Eu tinha que dar uma resposta à altura. Nós não vamos, nunca, ficar levando desaforo para casa. Quando a gente tem dignidade, a gente tem liberdade para dar essa resposta. A quadrilha para a qual ele perdeu é essa quadrilha do povo brasileiro que soube escolher por um projeto", disse.

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O ex-ministro da Secretaria-Geral afirmou ainda que a diferença entre o projeto do PT e o do "resto" é que "o resto faz lantejoula e se mantém na superficialidade". Carvalho completou ao dizer que sua resposta a Aécio foi "bem clara" e "bem definida".

Com informações do G1.