Marina Silva: impeachment seria punição, mas não é solução para a crise.

A ex-candidata à presidência da República  Marina Silva (PSB) publicou em seu site oficial neste sábado, 14 de março, um depoimento no qual critica a campanha pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A ex-senadora diz não acreditar que a medida seja a solução para a crise política. "Muita gente vai para as ruas protestar. Há uma campanha pedindo o impeachment da presidente que foi eleita há poucos meses. Compreendo a indignação e a revolta, mas não acredito que essa seja a solução. Talvez o resultado não seja o pretendido retorno à ordem, mas um aprofundamento do caos", escreveu.

Para Marina Silva, "o respeito à democracia nos ensina a dar um prazo inicial a todo governo eleito, para que diga a que veio. Sinto que isso vale também quando o escolhido – ou guiado pelas estrelas – recebe da sociedade a cômoda ou incômoda tarefa de suceder a si mesmo." 


Ainda de acordo com o texto da ex-candidata, "O impeachment seria uma punição ao PT, sem dúvida. Uma resposta no mesmo padrão criado pelo partido quando estava na oposição: gritar “fora” a qualquer governo (Sarney, Collor, Itamar, FHC e incontáveis governos estaduais), com ou sem provas de corrupção, pela simples avaliação ideológica de que eram governos impopulares ou contrários aos interesses dos trabalhadores. Talvez até uma parcela dos que votaram em Dilma em outubro ou até mesmo que fizeram parte dos núcleos ocultos de sua campanha estejam agora alimentando a idéia de afastá-la para ganhar o poder por outros meios. Por isso, é bom lembrar que, às vezes, a maior punição àqueles que ultrapassam limites éticos para alcançar seus objetivos não seja interditar-lhes o objeto almejado, mas retirar-lhes as regalias e deixá-los com a responsabilidade de dar conta do que prometeram."

Curta nossa página no Facebook. 
Siga o Momento Verdadeiro no Twitter.

Marina Silva participou da disputa presidencial em 2014,e, após ter um crescimento meteórico nas intenções de voto, chegando a figurar num possível segundo turno contra Dilma Rousseff, acabou perdendo força na reta final cedendo a segunda colocação para Aécio Neves. Com informações do 'Jornal do Brasil'.