Fotos podem revelar "quem matou MC Daleste", diz Fantástico.

(Fantástico/TV Globo)
Após a morte de MC Daleste, o Fantástico, da TV Globo, exibiu  uma investigação jornalística sobre a violência no funk de São Paulo. O jovem Daniel Pellegrine, de 20 anos,  foi assassinado com dois tiros, durante um show na periferia de Campinas.

De acordo com a publicação,  a polícia busca uma imagem que desvende o mistério: quem matou Daleste? A foto obtida com exclusividade pelo Fantástico, foi tirada segundos antes do MC Daleste tomar um tiro  no peito, no meio de um show. O autor da imagem: um dos melhores amigos do cantor. “Ele foi para o meu lado, eu fui mais para trás, tirei a foto, foi a hora que o cara atirou”, lembra o fotógrafo. Renato Avaia.


O impacto do tiro foi testemunhado por milhares de fãs. Muitos filmavam o show e registraram o crime. As cenas mostram, de vários ângulos, Daleste sendo atingido. Foram dois disparos em direção ao cantor. O primeiro passa de raspão, entre o braço e o corpo. Ele se assusta e reclama. “A gente achou estranho, ele foi até nós, mostrou, se fez alguma coisa. Eu falei: volta mano, vai trocar o certo pelo duvidoso? Ele não, preferiu fitar, ficar em cima do palco”, conta Rodrigo Pellegrini.
(Foto: Renato Avaia/Reprodução Fantástico, TV Globo)
Ainda de acordo com o Fantástico, o MC Daleste voltou a cantar. Menos de 2 minutos depois, veio o tiro fatal. “Quando ele caiu, ele já caiu olhando para o meu olho. Ele falou: ’Pet, eu morri?’ Eu falei: não mano, você não morreu, você vai comigo. Ele estava acho que meio em estado de choque nessa situação, eu peguei ele, ele mostrou onde estancou a mão, lembra MC Pet.

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A bala tinha atravessado o peito dele. Ele cai. Se levanta. Ergue a camisa e mostra o ferimento para o irmão. Tumulto no palco. Confusão na plateia. "Eu olhei para o lado, o público tudo correndo, ninguém mais no palco, só eu e o irmão dele. Foi a hora que ele levantou, viu que tava saindo sangue", conta Renato. A morte foi notícia no mundo todo. 

Quem era o MC Daleste: Daniel era um jovem de 20 anos, um dos cantores mais populares da periferia paulistana. Escolheu o nome artístico em homenagem à Zona Leste de São Paulo, onde nasceu e vivia.

Daleste começou cedo no funk, o primeiro show foi com 16 anos. Escrevia as próprias músicas. As letras do começo de carreira faziam apologia ao crime e acusações à polícia. Mas nos últimos anos, Daleste mudou o estilo. Esse tipo de funk é cada vez mais popular na periferia de São Paulo. “O funk de ostentação é o funk que conta o sonho da galera da comunidade. A princípio isso realmente era um sonho, e hoje graças a Deus a maioria dos artistas de funk ostentação já estão conseguindo viver essa ostentação que eles tão pregando”, analisa o produtor de videoclipe Konrad Dantas.


Daleste não foi o primeiro caso de morte violenta do funk paulista. Desde 2010, 05 MCs, o nome que se dá aos cantores de funk e rap, foram assassinados no estado. Nenhum acusado foi preso até agora. A secretaria de Segurança Pública informou por telefone que as investigações estão avançadas e existe uma lista de suspeitos identificados. “Foi premeditado, planejado, imagino que não foi do dia para noite, pela complexidade do disparo. O atirador, acreditamos que ele estudou o local antes de praticar o crime”, diz o delegado Flávio de Carvalho.

O delegado do caso ainda não tem uma pista segura. E investiga todas as hipóteses. “Tanto do crime passional, desentendimento em relação aos organizadores da festa, tanto quanto ao mundo do crime propriamente dito, os funkeiros”, analisa o delegado.

Quem matou o MC Daleste e por quê?  As imagens do momento do crime são fundamentais para investigação. Mas ele cedeu com exclusividade ao Fantástico as 18 fotos que tirou durante o show. A nosso pedido, o perito Nelson Massini analisou as imagens. "De todo o material que eu examinei, essas fotos são absolutamente fundamentais. Elas retratam e certamente revelam o assassino disperso aí nessa multidão", afirma o perito e professor da Uerj, Nelson Massini.

Para o perito, confrontar a trajetória dos tiros, as marcas das balas no trailer, com essas fotos, vai indicar o lugar exato onde estava o atirador. “Pela qualidade e pela abrangência que esse grupo de fotos faz é possível. Por aí é possível dar uma verdadeira contribuição para se chegar ao verdadeiro homicida”, conclui Massini.

O pai diz que só vê um motivo para o assassinato. “Inveja, inveja... Inveja, inveja”, lamenta o marceneiro Rolland Ribeiro Pellegrini, informou a reportagem do Fantástico que pode ser lida na íntegra (aqui). (Fonte: Fantástico)