Água de poço pode ser fonte de contaminação de toxoplasmose

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Campos dos Goytacazes - De acordo com inquérito realizado pela UENF entre 1999 e 2001, a prevalência de toxoplasmose entre a população de baixa renda de Campos é de 83%. O índice cai para 62% no grupo considerado 'médio-baixo' e para 23% no grupo 'médio-alto'. Segundo o estudo, coordenado pela professora Lilian Bahia, do Laboratório de Biologia do Reconhecer, a prevalência varia de 16% a 40% em países desenvolvidos como os EUA e Reino Unido.

No universo dos que apresentam o protozoário Toxoplasma gondii, a prevalência para a toxoplasmose ocular - forma mais comum da doença, que também pode se manifestar no cérebro - fica entre 6 e 13% em Campos. A forma ocular da doença pode causar desde problemas visuais mais simples até a cegueira parcial ou completa. Em recém-nascidos e em pessoas com o sistema imunológico debilitado - por exemplo, infectados pelo vírus HIV ou transplantados -, pode haver complicações neurológicas em maior ou menor grau. Grávidas devem ter cuidado redobrado, pois se houver infecção durante a gravidez há risco de abortamento do feto e até de nascimento de bebês condenados a morrer antes do primeiro ano de vida ou com sequelas graves de visão e/ou neurológicas graves.

Gatos e outros felinos são os principais responsáveis pela disseminação do Toxoplasma gondii no ambiente - ao caçar pássaros e roedores, eles podem se infectar e expelir junto com as fezes os oocistos do protozoário. Mas a veiculação hídrica pode ser uma das fontes de contaminação em Campos, uma vez que muitas comunidades consomem água não tratada de poços e lagoas da região.

A possibilidade de transmissão pela água está demonstrada desde 2001, graças ao trabalho do grupo coordenado pela pesquisadora da UENF, que elucidou as causas de um surto da doença no Paraná.

- A Secretaria Municipal de Saúde estará sempre à disposição para apoiar e incentivar o desenvolvimento científico - afirma o secretário Paulo Hirano, de Campos.

Ascom/UENF

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