IURD é condenada a indenizar fiel por prometer cura do HIV.

Notícias sobre Aids ganharam tom mais otimista graças ao tratamento com antivirais que em muito melhorou as condições de vida dos infectados, segundo os especialistas. Mas é preciso estar ciente que a Síndrome de Imuno-deficiência Adquirida ainda não tem cura e a prevenção é o melhor remédio. Aids ainda não tem cura, mas pode ser evitada, diz um artigo publicado no site adeva.org.br

Como sabemos, até o momento, a ciência ainda não encontrou a cura da Aids. Porém, nada é impossível ao que crer. Estudos comprovam que a fé pode andar de mãos dadas com a medicina. De acordo com o psicólogo Harold Koenig, que é especialista nos efeitos da religiosidade na medicina, qualquer tratamento médico associado à fé tem 29% mais chances de sucesso. 

Recentemente, de acordo com informações do jornal 'Folha de S. Paulo', a Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, foi condenada a pagar uma indenização de R$ 300 mil para um ex-fiel que foi convencido a abandonar o tratamento contra a Aids, e quase morreu depois de ter sido convencido de que se curaria do HIV somente com a fé em Deus e realizando doações à IURD.

O paciente, um gaúcho de 36 anos, Lucas (nome fictício), relatou que os pastores lhe diziam constantemente que a medicina estava desatualizada. "[Eles] levavam testemunhos de gente que se curou de câncer, Aids. Quando as pessoas não aceitam doar seus bens, dizem que tem um espírito ruim que não está permitindo", disse.

Lucas descobriu que era portador do vírus em 2005, e iniciou o tratamento com remédios. Como estava angustiado com a sua situação, ele começou a frequentar os cultos da IURD, seguindo o conselho de um vizinho. Ele gostou e se converteu. Quatro anos depois, em 2009, ele parou de tomar os remédios e parou de usar camisinha ao manter relações com a sua mulher à época. De acordo com o ex-fiel, a decisão partiu de uma sugestão do seu pastor, algo a ser encarado como um "sacrifício" em nome da fé, sacrifício este que lhe traria a cura. Ele também doou um televisor e um computador para a igreja. Mas não se curou, e ainda contaminou a mulher com o vírus.

Dois meses após interromper o tratamento, Lucas teve um pneumonia grave e ficou 40 dias internado em coma induzido. Ele só teve alta quatro meses depois, bastante debilitado e pesando somente 40kg - metade do seu peso normal.

Lucas diz que foi vítima de um golpe, e que chegou a participar da "fogueira santa", um ritual da igreja que prega a eliminação de todos os tipos de males, arrecadando dinheiro e bens em nome de Deus. "Inúmeras pessoas são enganadas todos os anos por essa igreja. Usam gente fragilizada, com filho no hospital, à beira da falência, para arrecadar os bens", comentou o rapaz em entrevista à Folha.

OUTRO LADO.

A Igreja Universal do Reino de Deus diz que Lucas deixou de tomar o medicamento voluntariamente, "sem coação alguma". Ainda de acordo com a IURD, os pastores pregam apenas a possibilidade de cura, segundo orientações bíblicas, mas não prometem cura. A reportagem na íntegra pode ser lida no site da Folha de S. Paulo, clique aqui.

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